Uma das discussões mais presentes no dia-a-dia dos processos de gestão é a necessidade do equilíbrio como fator chave na sustentabilidade das relações.
Equilíbrio é a palavra de ordem e equalizar aspectos aparentemente antagônicos é o grande desafio dos gestores.
Esta realidade encontra total aderência nos processos de comunicação interna.
A habilidade de se comunicar é, certamente, uma das maiores potencialidades do ser humano e a base de todo nosso modelo de sociedade. Tudo comunica! Gestos, palavras, posturas, o silêncio, enfim, tudo comunica.
A comunicação interna vive um momento de revolução total apoiada, principalmente, em um destes antagonismos.
Parece complicado, mas não é. Toda a vanguarda do processo de comunicação se pauta em duas direções. A primeira delas ligada ao acesso e à viabilização de ferramentas digitais, baseadas na modernização dos recursos tecnológicos. Já a segunda ligada à importância e à necessidade de se manter o contato inter pessoal, garantir o olho no olho, a emoção que gera abertura, confiança e credibilidade.
É no equilíbrio entre estes dois aspectos que reside a grande revolução pela qual passa o processo de comunicação interna.
Nosso maior desafio como comunicadores é utilizar os avanços tecnológicos para facilitar e abrir caminho para a comunicação inter pessoal.
Se radicalizarmos nossa postura rumo à utilização dos recursos tecnológicos, seremos engolidos por estes mesmos recursos.
Um exemplo claro é o e-mail. A ferramenta criada para facilitar a comunicação tornou-se o maior inimigo do diálogo. Muitas pessoas acreditam que palavras frias e rapidamente escritas em suas mensagens virtuais podem substituir a conversa.
Estudos apontam que apenas 7% da comunicação se baseiam em palavras. Os outros 93% devem-se à postura, tom de voz, gestos, expressões, etc. Desta maneira, quando adotamos o e-mail como nossa ferramenta de comunicação estamos negligenciando de imediato 93% da nossa capacidade.
Por outro lado, se delegarmos aos líderes e porta-vozes da empresa toda a responsabilidade pelo fluxo de informações nos tornaremos reféns de um processo pelo qual somos os maiores responsáveis.
É utópico considerar que todos os níveis de gestão na organização serão formados por exímios comunicadores. Por gente que compreende a importância, se compromete e sabe comunicar.
Desta maneira, cabe a nós comunicadores, abrir canais, motivar, incentivar a troca de informações, munir as lideranças, instrumentalizar o processo.
Não podemos nunca nos esquecer que o homem é um ser sociável, que se comunica, que se relaciona e que interage de maneira natural. Se nossos colaboradores não se falam, se a informação não circula na nossa empresa é porque algo impede ou inibe esta postura natural do ser humano. É nosso papel usar nosso conhecimento e os recursos tecnológicos para eliminar todas essas barreiras, abrir o espaço para que as pessoas façam aquilo que lhes é mais natural: relacionarem-se.