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Endomarketing - Decisão estratégica ou mais um modismo?

Temas diversos | | 03.11.2011




Nos últimos anos, muito se tem falado sobre o Marketing Interno ou “Endomarketing”. O termo criado por Saul Bekin na década de 70 representa, na verdade, um conjunto de ações e posturas já adotadas há muito tempo por diversas empresas.

É verdade que, na maioria das vezes, estas iniciativas eram realizadas de maneira empírica, sem uma base teórica ou um planejamento estruturado. Porém, por não se tratar de um projeto, mas sim de um posicionamento estratégico, o Marketing Interno exige mais decisão do que planejamento.

Longe de soluções arquitetadas como a Reengenharia, a Gestão Estatística, entre outras, o Endomarketing nasce da sensibilidade da gestão.

Em linhas gerais, a estruturação de um Programa de Endomarketing tem início quando a empresa reconhece a importância do público interno como fonte de geração de diferenciais e como representante da sua imagem nas relações do dia-a-dia.

Mas até que ponto a postura proposta pelo Endomarketing não representa mais um modismo de gestão?

A resposta fica evidente ao avaliarmos o cenário que nos rodeia. Dois aspectos são suficientes para garantir que o Marketing Interno veio para ficar: a revolução no formato da comunicação cliente x fornecedor e a mudança radical na relação dos colaboradores com suas empresas.

Quando comparamos as opções de mídia presentes nos compostos de marketing, fica claro que se tornou muito mais complexo fixar nossas marcas e diferenciais na mente dos consumidores.

Até algum tempo, uma grade de anúncios no horário nobre das duas principais emissoras de TV, garantia que a maior parte da população estaria, em pouquíssimo tempo, informada sobre sua mensagem. Com o avanço das TVs por assinatura, das mídias digitais, via Web, etc. ficou muito mais fácil para o expectador ser seletivo na sua programação, desconsiderando qualquer tipo de mensagem que não lhe atraia.

Sendo assim, as empresas não podem perder a chance de cativar seu público nos momentos de verdade. Qualquer interação entre um dos colaboradores da empresa e o consumidor deve ser valorizada e trabalhada, de maneira que este colaborador possa “irradiar” os valores da empresa.

Quando avaliamos as relações trabalhistas, a importância do Endomarketing mostra-se ainda mais efetiva.

Diferente do que ocorria há algumas décadas, o profissional de hoje não se fixa à empresa. A fidelidade desta relação foi substituída pela busca de novos aprendizados, dinamismo, experiências multidisciplinares, etc.

Desta maneira, as empresas têm menos tempo para conquistar o coração e a mente de seus colaboradores, sendo necessário adotar uma comunicação clara e eficiente e uma prática efetiva de seus valores e crenças.

Estas duas realidades são irreversíveis e tendem a se acentuar mais e mais com o passar do tempo. O que nos traz a certeza de que iniciamos uma nova era: A Era do Marketing Interno.

Leandro Tadeu Novi
Leandro Tadeu Novi é Mestre em Comunicação pela Universidade de São Caetano do Sul, com pós-graduação em Marketing e graduação em Engenharia Eletrônica. Sócio Diretor da Nova Atitude Comunicação, atua há mais de 20 anos nas Áreas de Marketing e Comunicação em empresas de diferentes segmentos. Professor universitário, é editor do Newsletter “O Universo da Comunicação Corporativa” e do Blog “Atitude Sustentável”.